A análise de Valter Cardoso
Baião e Amarante são os troços chave no Rali Terras D’Aboboreira
Valter Cardoso, natural de Amarante e um dos mais experimentados navegadores portugueses, quer nos ralis quer no todo-o-terreno, é um profundo conhecedor das classificativas do Rali Terras D’Aboboreira. Vejamos a sua análise, na qual destaca as singularidades de troços como o de Baião Vida Natural ou o de Amarante Natureza Encantada que, curiosamente, abrem e encerram a prova organizada pelo Clube Automóvel de Amarante:
BAIÃO VIDA NATURAL (7,78 Km) – “É uma especial de classificação que já foi utilizada em edições anteriores do Rali de Baião/Amarante, e que já não se fazia desde 2014. Tem início em asfalto, entrando na terra junto à zona da lixeira de Baião, segue pelo planalto do Castelo de Matos numa zona mais ou menos rápida, entrando depois numa parte muito técnica e estreita até ao final. Essa parte final, a descer, apresenta alguns topos cegos e sempre muito estreitos entre muros. É uma classificativa atípica, que prima por ser bastante diferente, em termos de características, de todas as restantes especiais do rali. Veremos quem se adaptará melhor ao piso e à especificidade da mesma.”
BAIÃO DESTINO SUSTENTÁVEL (1,52 km) – “Será a reedição da Super-Especial realizada em Baião em 2019 quando o rali Terras d’Aboboreira era em asfalto. Decorre no centro da vila, em asfalto, e vai atrair, certamente, muito público”.
ABOBOREIRA (16,65 km) – “É uma especial lindíssima que decorre na mítica serra da Aboboreira, a única que une, em termos geográficos os três municípios que integram este rali. Muito bonita e rápida, começa na subida da antiga ‘especial’ do Rali de Portugal da “era dos Grupo B”, junto ao campo de futebol de S. João da Folhada. Percorrem-se cerca de sete quilómetros até entrar nos paralelos da aldeia de Almofrela, entrando depois novamente em terra para o planalto da mítica Serra da Aboboreira, na qual os concorrentes encontrarão logo o famoso salto de Baião. Percorre-se a especial ao contrário da versão do WRC Rali de Portugal 2016, mas no mesmo sentido da edição do ano passado do Terras d’Aboboreira. A parte final é muito rápida entre muros, terminando este ano numa zona diferente, junto da aldeia de Loivos do Monte. O piso da especial é, em geral, muito bom e julgo que não apresentará problemas aos concorrentes”.
MARÃO (7,44 km) – “Trata-se de uma especial curta e que se desenrola em plena Serra do Marão, sendo de todas as especiais do rali a que decorre a maior altitude. Inicia-se em paralelos junto à aldeia da Póvoa de Ansiães, passa nos famosos ganchos da casa da guarda florestal de Ansiães. Em toda a sua extensão a estrada, sinuosa e rápida, é larga e tem o piso muito bom. Passa junto à lagoa de Murgido, para terminar, já numa fase de descida e mais técnica, junto à EN101, no Alto dos Padrões”.
AMARANTE NATUREZA ENCANTADA (16,96 km) – “É a Power Stage e poderá ser uma das classificativas-chave do rali. Coincide em parte com a mais longa especial do Rali de Portugal, de nome Amarante. No entanto, no rali Terras d’Aboboreira inicia-se no gancho do Olo, enquanto no Rali de Portugal os pilotos chegam a esse local já com cerca de 21 quilómetros percorridos, mas depois é exatamente igual até ao final, junto à freguesia de Aboadela. Os primeiros sete quilómetros decorrem na mítica e lindíssima subida da Sapinha, sempre em caminho largo e de excelente piso, o que vai permitir aos pilotos divertirem-se imenso. No final dessa subida entra em asfalto (cerca 1 km) junto à aldeia de Covelo do Monte, fazendo depois a descida em terra e com piso mais irregular e com alguma pedra solta até entrar novamente em asfalto (onde terminava em anos anteriores). No entanto, este ano entra novamente na terra e sobe até ao gancho do Bosque dos Avós, precedido de saltos e ganchos sempre a descer e em zona estreita até ao fim. É uma especial que pode criar algumas dificuldades aos pilotos, pela extensão da mesma e pelas constantes mudanças de ritmo”.