BERNARDO SOUSA E O REGRESSO AO RALI “DE CASA” “Provei em Castelo Branco que ainda tenho velocidade sem correr riscos”
Mais moralizado do que nunca, Bernardo Sousa está de volta a “casa” para disputar o Rali Vinho da Madeira’2023 e embora lamente nunca ter sido muito bem-sucedido nessa prova, confessa atravessar um excelente momento. O elevado ritmo, sem oscilações, exibido em Castelo Branco fê-lo deixar claro que é um dos pilotos mais competitivos do CPR e com potencial para… ganhar.
– O desempenho no Rali de Castelo Branco foi uma injeção de confiança para as provas que se seguem no CPR?
“Sem dúvida que sim, pois andava há um ano em busca de um pódio e a ocasião em que estive mais perto aconteceu na Marinha Grande, em 2022. Agora, em Castelo Branco, analisando bem tudo o que se passou, mesmo um quarto ou quinto lugar, o que poderia ter sucedido, teria sido na mesma excelente, porque fui muito consistente ao longo da prova. Agora o segundo lugar final foi um verdadeiro e merecido ‘brinde’. Acima de tudo, consegui manter uma grande regularidade, o que é bastante positivo. Provei que ainda tenho velocidade sem correr riscos”.
– Face ao andamento revelado na primeira prova de asfalto do CPR, há uma pressão que “obriga” quase o Bernardo Sousa ser o grande favorito ao lugar de melhor piloto do CPR no Rali Vinho da Madeira?
“De um modo geral, o Rali Vinho da Madeira foi sempre uma daquelas provas que nunca me correu bem, exceção feita aos últimos dois anos em que as coisas melhoraram um pouco. Em 2022, com o Skoda, fiz um grande forcing final e até acabei bem classificado, mas nunca consegui ser o melhor do CPR na Madeira. Quanto ao resto, sou eu que coloco a pressão sob mim, mas de todos os atuais pilotos do CPR, exceção ao Kris Meeke, eu serei o que menos vezes disputou este rali. O Miguel Correia, por exemplo, terá corrido nos últimos quatro/cinco anos, eu talvez some seis/sete participações, só que ele esteve presente de forma consecutiva, ao contrário de mim, e isso faz toda a diferença num rali com as caraterísticas do ‘Vinho da Madeira’”.
– O Kris Meeke poderá repetir na Madeira a superioridade evidenciada no CPR?
“Não, não! Este rali é muito específico. Sem dúvida que o Meeke tem um ritmo e um andamento superiores, mas na Madeira nós, os do CPR, poderemos andar um pouco mais perto dele. Direi que será capaz de andar ela por ela com o Alexandre Camacho e o Miguel Nunes. Mas o Rali Vinho da Madeira já proporcionou várias surpresas a muita gente e se calhar o melhor é eu não fazer prognósticos para evitar que o tiro saia pela culatra…”
– Embora seja natural da Madeira, o Bernardo Sousa sente-se o “patinho feio” dos pilotos locais?
“[Gargalhada]… Eu não sei se foi por ter corrido pouco tempo na Madeira e estar muitos anos a competir fora que não me reconhecem muito como madeirense. Aliás, nessa altura e quando as coisas me corriam mal o Bernardo Sousa era ‘o piloto português’ e quando corriam bem já era ‘o piloto madeirense’. Muita gente até comentava ‘o gajo é rico, devia ter começado por baixo’… Hoje as coisas mudaram bastante, mas, enfim, a realidade é o que é…”.