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ERNESTO CUNHA E A MUDANÇA PARA O CITROEN C3 RALLY2

"Teremos de rever o nosso sistema de ‘notas’ porque agora é tudo muito mais rápido"

A estreia da dupla Ernesto Cunha/Rui Raimundo no Citroen C3 Rally2 com que disputará, em 2024, o CPR (Campeonato de Portugal de Ralis) decorreu de forma perfeita no Rali de Viana do Castelo. Depois de quatro épocas no campeonato de duas rodas motrizes e um título de campeão nesta categoria, o piloto da Marinha Grande entendeu que chegara o momento para subir ao patamar mais alto. Já delineou os passos a seguir para se adaptar à nova “máquina” e sonha, a médio prazo, chegar ao pódio no CPR…

– Começou já a preparar a época 2024. Uma evolução lógica esta mudança para o Citroen C3 Rally2?

“Sim, fizemos três ou quatro anos de CPR, primeiro com o R2, depois o Rally4, e acho que era altura de evoluir. Já tínhamos sido campeões, esta época estivemos na luta do campeonato de duas rodas motrizes até ao fim. Portanto faz sentido, agora, evoluir e creio que este é o momento certo para o fazer, porque, como tenho dito, já não sou nenhum jovem, tenho 42 anos, e queria experimentar outras coisas mais confortáveis”.

– O carro é oriundo da Sports & You…

“Optámos pela compra de um Citroen C3 Rally2 à Sports & You e a nossa equipa continuará a ser a Racing4You, que nos deu assistência esta época. Este carro faz parte do projeto 2024 e participámos no Rali de Viana do Castelo para experimentá-lo, para ver se estava tudo bem”.

As sensações foram fantásticas, porque este carro nasceu para correr, faz tudo bem feito. Nós é que temos de saber utilizá-lo

– Que tal as primeiras sensações?

“Primeiro, o piloto tem que aprender a lidar com as reações de um carro que é completamente diferente do Peugeot 208 de duas rodas motrizes. As sensações foram fantásticas, porque este carro nasceu para correr, faz tudo bem feito. Nós é que temos de saber utilizá-lo. É espetacular. Andámos com chuva de manhã e o seu desempenho foi fantástico. Chegávamos às curvas a pensar que já íamos demasiado depressa, mas, afinal, era… muito devagar. Parece que estamos sempre muito longe do limite e a verdade é que estamos. Temos que trabalhar. Compramos o carro cedo, precisamente para prepararmos a época de 2024. Vamos continuar, pois esta foi apenas a primeira prova, com um duplo sentido: primeiro, experimentar o carro e rodar com ele, de modo a começar a perceber aquilo que temos de trabalhar; segundo, iniciar contactos com empresas que nos apoiam como patrocinadores e que serão fundamentais para este projeto. Comprámos o carro e agora teremos que montar um projeto que se torne viável para correr com ele, senão é impossível, porque os custos são enormes e sem apoios de empresas não conseguiremos fazê-lo. Depois desta prova com o Citroen C3 Rally2 vamos delinear tudo para 2024 e acreditamos que estaremos à partida do CPR”.

– O objetivo será disputar a totalidade dos ralis do calendário do CPR 2024…

“Sim, é isso, fazer o campeonato completo, à semelhança do sucedido nos últimos anos”.

– O que esquema de preparação de 2024 vai prosseguir em que moldes? Já está tudo definido?

“O primeiro rali que temos previsto, eventualmente, será Fafe. Vamos fazer um ou dois testes em terra e o trabalho vai passar um pouco por aí. Também teremos de rever o sistema de ‘notas’, porque agora, com este carro, é tudo muito mais rápido e, como tal, há diversos detalhes a corrigir. Portanto, a revisão do sistema de ‘notas’ vai fazer parte do processo de evolução”.

O objetivo final que será, quem sabe, um dia, conquistar um pódio no CPR

– Pretende chegar até onde em 2024, no primeiro ano com o Citroen C3 Rally2?

“Andar a meio do pelotão. Sabemos que na frente do CPR há quatro ou cinco pilotos muito rápidos, aos quais, nesta fase, é muito difícil chegar perto. Sabemos que teremos um longo processo de adaptação e de desenvolvimento. Vamos fazê-lo com a necessária calma, para garantir que a evolução seja progressiva e de modo a atingirmos o objetivo final que será, quem sabe, um dia, conquistar um pódio no CPR”.

Creditos: CampeonatoPortugalDeRalis.pt