Gonçalo Henriques e a saída de estrada em Castelo Branco: “Foi um erro e só tenho que o assumir”
Na estreia do “kit” Rally4 no Renault Clio, Gonçalo Henriques deixou bem vincada a sua rapidez no Rali de Castelo Branco e apenas a sua inexperiência o impediu de conquistar um excelente resultado, ao invés de acabar… fora de estrada.
“Era uma zona muito rápida de quinta velocidade, reduzi um pouco antes da curva que fechava mais à frente num topo, mas aí o carro começou a ficar descompensado e, esse foi o grande erro, eu aliviei o acelerador. A traseira soltou-se completamente, ainda acreditei que salvava a situação, mas não deu mesmo. Só travei na tentativa de minimizar os danos. Talvez tenha sido um pouco brusco com a direção, não sei. O Clio saiu de estrada a escorregar de lado, depois ‘embrulha-se’, levanta voo, dá uma cambalhota e só se detém contra os eucaliptos”, descreveu o jovem piloto que em 2022 se sagrou vencedor da FPAK Júnior Team.
Henriques não esconde a sua grande deceção, pois no arranque para a segunda e decisiva etapa do rali albicastrense era segundo classificado, a 0.9s de Hugo Lopes, tanto no campeonato 2RM (duas rodas motrizes) como na categoria Júnior.
“Foi mesmo uma grande chatice, até porque estava bastante confortável, não ia a forçar o andamento e nem estava excessivamente entusiasmado. Claro que tinha vontade de lutar pela vitória, mas não sentia qualquer pressão. Acima de tudo, era fundamental terminar o rali, e muito menos me passava pela cabeça que poderia sair de estrada, pois era muito importante acumular quilómetros de aprendizagem. Mas, enfim, foi um erro e só tenho que o assumir”.
Em relação ao futuro, Gonçalo Henriques não tem dúvidas:
“Só me resta trabalhar para recuperar o carro e, claro, aprender com os erros, de modo a que situações como esta aconteçam o menor número de vezes possível. Seguramente que naquele tipo de topos terei, a partir de agora, muito mais cautelas”.
O acréscimo de “performance” do Renault Clio com a introdução do kit Rally4 deixou o piloto de Vila Nova de Poiares verdadeiramente radiante, como fez questão de sublinhar:
“Nota-se bem o acréscimo de potência em cerca de 50 cavalos e o motor dispõe de vários mapas de potência, ao contrário do que sucedia com o Rally5. Agora é possível travar ainda mais tarde e o comportamento no mau piso, graças a uma suspensão mais evoluída e que permite diversas afinações, melhorou de forma significativa. A direção também é diferente, enfim, agora o Clio é um ‘verdadeiro’ carro de ralis”.
Por fim, Gonçalo Henriques deixou em aberto a possibilidade de alinhar no Rali Vinho da Madeira, prova que não estava prevista no seu calendário, mas face ao desempenho no asfalto de Castelo Branco entre os 2RM… abriram-se novos horizontes.
“A nossa participação na Madeira ainda se encontra em dúvida, não por causa do acidente em Castelo Branco, mas porque estamos a tentar conseguir patrocinadores para esta prova que estava fora dos planos…”