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José Pedro Fontes fala da luta pelo título: “Há quatro favoritos e tenho confiança que poderemos ser nós os campeões”

Campeão absoluto de ralis em 2015 (com Miguel Ramalho) e 2016 (Inês Ponte), de ambas as vezes com o Citroen DS3 R5, José Pedro Fontes é de novo um dos candidatos, esta temporada, à conquista do título do CPR. O piloto e um dos responsáveis da Sports & You, navegado por Inês Ponte e agora aos comandos do Citroen C3 Rally2, não esconde o desejo de aumentar o seu pecúlio de títulos absolutos, atualmente contabilizados em oito: dois em ralis e seis na velocidade.

Aproxima-se a hora do tudo por tudo no CPR e na sua “zona de conforto”, como são os pisos de asfalto do Rali da Água Transibérico Eurocidade Chaves-Verin e do Rali Vidreiro Centro de Portugal, José Pedro Fontes confessa uma grande motivação, depois da vitória no Rali Vinho da Madeira.

– O que é que ainda falta ao José Pedro Fontes nos pisos de terra para ser mais rápido e não permitir que os adversários ganhem tanta vantagem pontual até à chegada dos ralis de asfalto?

“Tanto este ano como em 2022 tivemos alguns azares pontuais que nos impossibilitaram de conseguir melhores resultados nos ralis de terra. Não quero, com isso, ofuscar a realidade de ser mais competitivo no asfalto por comparação aos pisos de terra. De qualquer modo, num passado recente e em alguns ralis de terra consegui ser rápido e até lutei pela vitória. É algo que tem a ver com o tipo de piso e de grip. Quando há mais aderência somos mais rápidos, quando é menor somos menos e nos últimos anos os ralis de terra têm-se concentrado em regiões cujos pisos têm menos grip”.

– Às vezes os ralis de terra são um “sofrimento” e parece que nunca mais chega o último troço?

“Não, acho que tudo começa com a decisão, e com a qual concordei, de dividir o CPR em terra e asfalto, sendo que os ralis de terra são disputados no início do ano, em pleno Inverno, quando por vezes chove de forma intensa e os troços ficam enlameados. Essas condições tornam os ralis um suplício para todos os pilotos e não apenas para mim. Será, talvez, algo a pensar no futuro, porque já se disputaram ralis em muito más condições, atendendo ao que acima referi”.

– Nesta fase do CPR, o que causará maior preocupação? Ter ‘notas’ muito precisas, escolher bem os pneus ou evitar um furo?…

“Sinceramente, o que mais me preocupa é ser vítima de um percalço que eu não controle. Se eu for a escolher entre as três hipóteses mencionadas, direi um furo… Gosto muito de guiar em asfalto, o Citroen C3 Rally2 é muito bom e vamos entrar na fase decisiva, com quatro candidatos [Miguel Correia, José Pedro Fontes, Ricardo Teodósio e Armindo Araújo] ao título, mas um simples percalço de qualquer um coloca-o de imediato fora dessa corrida. Em condições normais, o campeonato vai ser decidido até ao último rali e o que pode alterar é um dos quatro ter um problema [acidente, furo ou avaria] e somar uma classificação ‘anormal’ fora dos ‘top 5’”.

– Quem é o favorito número um a sagrar-se campeão e porquê?

“Há quatro favoritos, mas tenho confiança que poderemos ser nós os campeões de 2023”.

– Gerir o quotidiano da empresa Sports & You, que é uma estrutura cada vez mais internacional, e estar, como piloto, na discussão do título no CPR não causa dores de cabeça?

“Causa, mas é algo que faço com gosto, porque os ralis são a minha paixão. De resto, tenho atrás de mim uma excelente equipa que, durante os ralis do CPR, que me permite abstrair de todo e qualquer stress normal de gerir uma empresa com a dimensão da Sports & You, para me focar a 100 por cento no meu papel de piloto que está a discutir a vitória no campeonato”.

– O final da carreira do José Pedro Fontes como piloto já esteve mais longe?

“Desde que fiz a primeira corrida, claro que cada vez está mais perto… Se penso em parar? Não, não está nos meus planos. Se o meu futuro passa pelos ralis? Não sei, neste momento. A única coisa que posso dizer é que o meu futuro como piloto dependerá sempre das condições de que dispuser em qualquer projeto para ter sucesso. Para disputar um campeonato necessito de um objetivo e de dispor de condições e estas também passam por mim. Quando vir que não estão reunidos esses pressupostos, então irei parar. Mas enquanto reunir condições, seja nos ralis ou na velocidade, vou querer prosseguir a minha carreira de piloto, porque esta é a minha paixão”.

Creditos: CampeonatoPortugalDeRalis.pt
Fotografias Oficiais Citroën Vodafone Team