“O TT É UM CAMINHO IMPORTANTE, MAS A MINHA GRANDE PAIXÃO SÃO OS RALIS”
Armindo Araújo
Armindo Araújo continua a fazer história no desporto automóvel nacional, com especial incidência nos ralis, e no último Vodafone Rally de Portugal elevou para 13 o recorde do número de vezes em que terminou a prova do ACP como “melhor português”. Com sete títulos de campeão nacional de ralis – e dois títulos mundiais de Produção (PWRC), em 2009 e 2010 –, o piloto de Santo Tirso continua a dar cartas e mantém-se na ribalta do CPR, aos comandos do Skoda Fabia RS Rally2. O seu futuro nos ralis depende dos apoios, confessa, mas não nega que a vontade será continuar por mais algum tempo…
Qual é o “combustível” que move o piloto Armindo Araújo para chegar ao recorde de 13º ‘título’ de melhor português no Rali de Portugal?
Acima de tudo, é o querer sempre mais, ter espírito de luta, de vitória. É a minha carreira, a minha vida, é fazer corridas. Para mim, em todas elas, que são muito importantes, há um objetivo a alcançar.
Foi mais um “título” ou este, face à conjuntura atual do CPR, teve um significado especial e algo diferente dos anteriores?
Não, tudo normal, numa prova única e com um contexto único. É o Rally de Portugal, uma prova por si só que às vezes equivale a um campeonato. Nós, felizmente, detemos o recorde de vitórias de portugueses. Esta foi a sexta consecutiva. Sinto um grande orgulho nessas conquistas.
Esse “combustível” está para durar? É, ou não, cada vez mais difícil conseguir apoios para competir a este nível nos ralis em Portugal?
Sem dúvida que as coisas estão a ficar muito complicadas. Cada vez é mais difícil conseguir apoios. Estamos numa conjuntura que está a tornar a situação difícil, mas enquanto eu tiver forças para lutar, irei fazê-lo. Agora não consigo é prometer quantas vezes mais poderei estar à partida do Rally de Portugal
Se os patrocinadores lhe concedessem um desejo para 2025, o que é que o Armindo Araújo escolheria?
Fazer um campeonato, uma prova ou algo que dignifique todos os projetos e todas as marcas que defendi até hoje. É isso que interessa, independentemente de ser aqui, ali ou acolá. Fundamental, acima de tudo, é fazer as coisas bem feitas.
Este resultado veio dar-lhe força para continuar no CPR em 2025 ou sente estar cada vez mais a migrar para os rally-raids?
Ainda não tenho nada definido para 2025. É evidente que estou muito atento ao todo-o-terreno. Como toda a gente sabe, tenho feito provas no campeonato do mundo e do campeonato da europa, depois de ter ganho o nacional em 2024. Estou a apostar bastante no TT, é um caminho importante para mim, mas a minha grande paixão são os ralis e gostava de ter condições a todos os níveis para poder continuar cá mais algum tempo, mas não consigo prometer nada.
O que lhe apetece dizer neste momento, tendo em vista o futuro da sua carreira nos ralis?
Há que dar um passo de cada vez, não há grandes planos, pois não conseguimos montar uma estratégia a longo prazo, é sempre a curto/médio prazo. Neste momento, ainda não sei se em 2025 vou correr ralis ou o que quer que seja. Os meus principais contratos terminam este ano, há muitas renegociações e muita indefinição. Não faço ideia, sinceramente, do que vai acontecer.