Vitória de Meeke no Rali da Água
CPR | Rali da Água - Transibérico - Eurocidade Chaves / Verín 2024
Kris Meeke (Hyundai i20 N Rally2) sagrou-se, este sábado, vencedor do Rali da Água Transibérico Eurocidades Chaves-Verin, depois de um duelo empolgante com Armindo Araújo (Skoda Fabia RS Rally2) que terminou a quatro classificativas do final desta penúltima prova do Campeonato de Portugal de Ralis (CPR), quando o piloto de Santo Tirso não evitou uma saída de estrada. A partir de então, Meeke só teve que levar o carro até ao fim para ganhar e, como já era previsível, a decisão do título, um assunto reservado a ambos, jogar-se-á na última jornada da época.
“Sinto-me de consciência tranquila, estava a dar o máximo, pois sabia que teria de atacar para colocar pressão no Meeke. Ao adoptar um ritmo tão elevado, é óbvio que corria riscos e, infelizmente, aconteceu a saída de estrada. Agora, há que esquecer o sucedido, pensar no próximo rali e na possibilidade que ainda temos de conquistar o título” referiu Armindo Araújo.
Este nunca baixou os braços e se à partida para a PEC 6 das 9 registava uma desvantagem de 11,2s para o seu rival, tudo indicava, face aos tempos do parcial do troço de Chaves 1 (12,2 km), que pudesse encurtar um pouco mais a distância, a verdade é que o despiste hipotecou os seus planos.
“Lamento aquilo do Armindo, são coisas que sucedem, mas tenho que lhe tirar o chapéu, porque estava a ser incrivelmente rápido! Portanto, esta não foi uma vitória fácil. Tive que andar sempre no máximo. Gostei imenso das classificativas do rali. Afinal, em Portugal também há bons engenheiros a construir estradas!…”, disse um Meeke bastante sorridente quando elogiou o traçado das classificativas do rali transmontano.
A desistência do piloto da Skoda abriu caminho ao segundo lugar de Ricardo Teodósio (Hyundai i20 N Rally2), que em Chaves esteve uns bons furos acima, em termos de andamento, das provas anteriores. “Gosto bastante destas classificativas, que sendo muito rápidas encaixam bem no meu estilo. Portanto, também arrisquei um pouco mais e é evidente que este resultado veio aumentar a minha confiança e motivação para o último rali do ano”, explicou o piloto algarvio.
Pelo contrário, quem ficou aquém das expetativas foi José Pedro Fontes, teoricamente um sério candidato à vitória, mas cedo percebeu, na manhã do primeiro dia, que um problema técnico no Citroen C3 Rally2 não lhe permitia andar ao nível que seria exigível. Daí ter acumulado um atraso considerável na primeira etapa e nem a mudança do turbo a meio desta última etapa – custando uma penalização de 30 segundos – foi a solução, pelo que restou-lhe adotar o ritmo possível até ao fim.
Pedro Almeida (Skoda Fabia Rally2 evo) terminou em quarto e apenas pôde “descansar” quando João Barros (VW Polo GTi R5), com quem travou um animado despique, se viu forçado a abandonar, a três classificativas do final, quando a quebra do coletor de escape deu origem a um princípio de incêndio, prontamente neutralizado. Melhor sorte não teve Ernesto Cunha (Skoda Fabia Rally2 evo) que na primeira passagem pelo troço de Verin se despistou, ficando com um braço da suspensão partido.
No CPR 2RM, o jovem Rafael Rego (Peugeot 208 Rally4) dominou, de forma surpreendente, a segunda etapa, na frente de Hugo Lopes (Peugeot 208 Rally4) e do campeão em título Gonçalo Henriques (Renault Clio Rally4), chegando à derradeira classificativa, respetivamente, com 3 e 17.2s de vantagem face aos dois primeiros do campeonato. Contudo, ao sair de estrada comprometeu em definitivo um desempenho fantástico e foi Lopes quem fez a festa do triunfo, enquanto Henriques mantém o primeiro lugar, sendo que tudo se decidirá, a nível de título, no último rali do ano. Pedro Pereira (Peugeot 208 Rally4) voltou a somar um ótimo resultado, subindo ao terceiro lugar da tabela no campeonato.
Francisco Custódio triunfou no FPAK Júnior Team, sendo de destacar a recuperação de Afonso Costa até ao segundo lugar, batendo Eduardo Santos por escassa diferença.
O CPR terminará no próximo mês de outubro (dias 11 e 12), com a decisão do título absoluto o Rali Vidreiro Centro de Portugal.
Classificação final (oficiosa)
Absoluto
1º, Kris Meeke/Stuart Loudon (Hyundai i20 N Rally2), 56.55.0
2º, Ricardo Teodósio/José Teixeira (Hyundai i20 N Rally2), a 40.9s
3º, Pedro Almeida/Mário Castro (Skoda Fabia Rally2 evo), a 1.34.4
4º, José Pedro Fontes/Inês Ponte (Citroen C3 Rally2), a 2.51.3
5º, Hugo Lopes/Valter Cardoso (Peugeot 208 Rally4), a 3.54.8
6º, Gonçalo Henriques/Inês Veiga (Renault Clio Rally4), a 4.14.3
7º, Pedro Pereira/João Aguiar (Peugeot 208 Rally4), a 4.49.2
8º, Guilherme Meireles/Pedro Alves (Peugeot 208 Rally4), a 4.58.5
9º, Ricardo Filipe/Filipe Carvalho (Skoda Fabia R5), a 5.10.7
10º, Rafael Cardeira/Luís Boiça (Peugeot 208 Rally4), a 5.27.5
2RM
1º, Hugo Lopes/Valter Cardoso (Peugeot 208 Rally4), 1.00.49.8
2º, Gonçalo Henriques/Inês Veiga (Renault Clio Rally4), a 19.5s
3º, Pedro Pereira/João Aguiar (Peugeot 208 Rally4), a 54.4
4º, Guilherme Meireles/Pedro Alves (Peugeot 208 Rally4), a 1.03.7
5º, Rafael Cardeira/Luís Boiça (Peugeot 208 Rally4), a 1.32.7
6º, Pedro Silva/Roberto Santos (Peugeot 208 Rally4), a 1.46.1
7º, Anton Karzun/Pavlo Kononov (Peugeot 208 Rally4), a 2.37.1
8º, Miguel Abrantes/Fábio Reis (Ford Fiesta Rally4), a 4.24.1
9º, Luís Caetano/David Monteiro (Renault Clio Rally5), 5.56.5
10º, Paulo Roque/Marco Macedo (Peugeot 208 Rally4), a 21.59.3
FPAK Júnior Team
1º, Francisco Custódio/Paulo Marques, 1.10.25,0
2º, Afonso Costa/Frederico Meireles, a 1.19.4
3º, Eduardo Santos/José Marques, a 1.25.0
4º, Pedro Silva/Alberto Silva, a 2.09.2
5º, Ricardo Rocha/Gonçalo Palmeira, a 2.34.8
6º, Tiago Santos/Inês Braga, a 2.58.6
CAMPEONATOS (Classificações oficiosas)
Absoluto: 1º, Kris Meeke, 160 pontos; 2º, Armindo Araújo, 139; 3º, Ricardo Teodósio, 86;
4º, José Pedro Fontes, 75; 5º, Pedro Almeida, 61.
2RM: 1º, Gonçalo Henriques, 124 pontos; 2º, Hugo Lopes, 111; 3º, Pedro Pereira, 75; 4º,
Guilherme Meireles, 70; 5º, Pedro Silva, 58.